sexta-feira, 2 de julho de 2010

Falando sério? Tenho medo! Talvez seja peça fundamental da minha sobrevivência. Não faz parte de mim a segurança, por mais inseguro que eu tente não transparecer. Tenho ânsia, desejo, vontade de certeza, espero, confio, aprendo que as lições podem surgir das oportunidades, por isso não desperdiço-as. Estudo o preparo, meto os pés pelas mãos, assopro o gelo para acelerar o processo, sou o espírito ansioso, a alma apressada, o homem afoito. Arrependo-me, e aqui está o meu ápice, sou humano, com os mesmos deslizes, as mesmas ascenções, talvez as mais comuns. Com infinitas quedas, levanto-me aprendendo a andar, bocejando os primeiros versos, tento, tento e consigo. Nada é no meu tempo, se fosse, leitores, nasceria pronto, sim esse era o meu desejo. Quero um mundo pronto, uma vida encaixada no meu "lego", e confesso a vocês, estaria satisfeito, um camelo que encontra água após o 14º dia, feliz! Cansei, busco a energia de onde ainda posso retirá-las, e repito, tenho medo, elas não podem faltar agora, tudo é questão de tempo, e o sorriso será de orgulho, deixarei esse riso cansado, sem graça. E mesmo assim continuarei tendo medo, até que eu entenda que ele não me é intrínseco, libertarei-me-ei. Essas cicatrizes todas serão minuciosamente cuidadas, estancadas e saradas. Não que esteja perdido, enfim me achei no labirinto, buscando sempre edificar aquilo que dizem que preciso, o que ditam, centro-me num único objetivo, entre tantos outros mil. Acreditem, tudo é questão de tempo, e essa fase, assim como tantas outras passarão, vou me restituir, como aquele velho Sr. Fredricksen que vocês conhecem e que tanto desejam. Por enquanto me faço e me entrego ao medo, ao não respondido, ao inexplicável, a tudo que esteja obscuro, sem resultados. Com muito esforço e muita garra chegarei lá. Ah, é só uma questão de tempo (meu companheiro tão infiel). Prefiro pensar que já passou, no pós, imagino a minha felicidade e o quanto eu busco por esta, só vocês sabem.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Eclipse.

Lua de São Jorge, de Macabéa, de José, de Basílio, da Lua. Lua branca dos santos, lua branca do recosto, do conforto, do olhar inesperado, aconchegante. Surpresa, lua que suspira, que se entrega, que ousa, mas não vulgariza, que excita sem deixar rastros. Enfim, lua da saudade! Esta, que leva e traz, novos dias, novas horas, tempos que resistem à voltar. Deu saudade de tanta gente, de um tempo feliz, prazeroso, que insiste em moldar-se em lembranças, outrossim, denegamos nossos dias à evolução, num ritmo normal em que alguns se encaixam. Enfim, lua das conquistas! Mesmo que após alcançadas,tornadas sem gosto, ou sem motivos, mas a ansiedade e a espera por tais, é instigante, perfeito. Enfim, lua da crença! A que não se cansa em existir, a que não se cansa pela espera, e que não fadiga por esperar um fim tão almejado. Que nos transforma em lunáticos por desejarmos e buscar mos a construção dos castelos de areia, turbulentos por ventos de assopros. Enfim, lua da vida! Eu vivo, e por isso existo. Esta nos intriga, introspectiva ou muito expressiva, mas sempre muda, sem contar aqueles velhos segredos. Quero compartilhar dos teus mistérios, vida, dos teus dessabores, cansei do level 1! Enfim, lua da felicidade! Enfim, lua do amor! aaaah, a lua do amor...

sábado, 10 de abril de 2010

Quando estamos tão frios quanto o dia, parece que as memórias e idéias fluem mais leves, e não carregadas como estas lindas nuvens cinzentas, acolhedoras. Somos fases, e vivenciamos uma incostância constante, os problemas são os mesmos, as alegrias previsíveis, a mesmice chegou e reinou, nada muda. Mas é aí que me prendo, amordaço os velhos dilemas que não desgrudam, sorrio nas horas mais impróprias, assim pra fazer tipo, tentando desvencilhar de uma imagem que por hora haja sido esquecida. E por mais que tente, sempre são os velhos esporros e o incômodo só cresce, nada agrada, a vitrola não consegue tocar alguma coisa que me anime, a famosa indecisão. Ainda não sei o que eu quero, não sou mania nacional, não quero ver o outro se dar mal. "Eu quero paz, justiça e alegria". Preciso ver Irene rir, preciso dos velhos cascudos de amigos, preciso de amor e que brote com raízes profundas, estou precisando de muitas coisas que nem mesmo sei se e o que preciso. Estou incontroverso, me faço triste. Aquela estrela precisa piscar, precisa estar sempre iluminada, o que me foi um dia, se foi, e levou consigo talvez, todos os bons momentos. Estou perplexo, mudo, calado e introspectivo. Sou leve, pluma que não alça voo. Talvez a mudança que precisa acontecer é que eu me sinta, me sinta.

sexta-feira, 5 de março de 2010

"Morre o burro, fica o homem."

Não é pra ser lido que escrevo, muito menos pra ser entendido e muito menos ainda pra ser apreciado. Escrevo por necessidade, ínfima, mas algo que interrompe o bocejo e inicia-se o colorido sorriso. Existe sim, a vontade, o desejo de poder repassar algumas palavras que há pouco estavam presas em garganta, em repassar os deslizes de uma vida nada sadia, mas tão normal. Normalidade, tal, que sufoca, que despreende todos os meus fortes interesses, que apreende em mim todos os dogmas, queridos por sinal, estão incorporados, não tem jeito. Não conquisto a sereia da água doce, mas a atração pela água salgada, perpassa todos os espelhos d´agua. É a glória refletida, a saudade sentida, o peso do exaustivo sentir. Escrevo para que eu me entenda, talvez por puro orgulho ou por puro drama, mas é natural, escrevo para respirar, para iniciar novos rumos, buscar novos ciclos, mesmo que intermináveis, rodo, a rotação me anima. Escrever é banho, é entregar os pontos, sentir-se completo até o final do texto, é sentir-se feliz até a terceira leitura, é cochilar o amor na paz, recostar a paz em ombros mais leves, flutuar. Até quando não quero, bate latente a ambição do querer, sempre os mesmos quereres, sempre os mesmos, sempre. Tiro da dispensa os afagos, os lamentos, o bico de uma tristeza por vezes inventada, por vezes epsodial. Não se enganem, escrevo para atingir tudo que está por perto, gosto do chega junto, do encoxo das situações, sou pássaro do voo mais rasteiro, mais sorrateiro, sou chão, sou pisada, sou escada. Escrevo e simplemente dou cor a uma folha seca, sem linhas, sem sentimento. Sou tudo que pinta sua vida, sou tudo que pinta meu dia, sou. "Crianças cor de romã, entram no vagão..."

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Em meio a fitas, circunferências e muita luz, ele se destacava. Talvez, até por não entender, queria que seu som ecoasse sempre altivo, seu rugido feroz, no ardor de uma defesa que assoprava solidão. Era, sem sombra de dúvidas competente, sagaz, sutil, sobretudo gentil. Por mais qualidades que trouxesse, seu balaio esvaziava com um assopro, assovio qualquer. Não conseguia ser imponente, seus gestos, sua fala, em tom de ameaça, simplesmente não alcançava o entendimento dos que porventura só acreditavam em críticas, ferrenhas, muito maldosas. E aquele apoio, aquele nó indestrutível dos mais próximos não mais existia, porque até eles o viam como uma ameaça. Era a hora do ataque. Um "ai" e o "você está errado" surgia como melodia carnavalesca, contente, apontando imoralmente suas imperfeições, substituindo velhos discursos, traiçoeiros. Sua imagem totalmente distorcida daquela que ele acreditava transmitir, era exposta em molduras nas janelas de todos os sobrados da comunidade. Se viu perdido. E enroscado num molho de chaves que não encontravam portas para que pudesse desvendar os mistérios deste desalento, ele pensou em desistir. Tudo era culpa da conspiração, no fundo ele sempre esteve certo, errava em acreditar que seus defeitos eram sempre motivos para desentendimentos. Sempre soube errar, sempre soube aprender, ele sempre soube que por trás de uma partitura e somente notas, existia a enorme capacidade de encanar gotas de afeto. Alegria, altruísmo, encenava nos melhores palcos, cultivava os mais renomados jardins. Existia sentimento, e bastava que as pessoas começassem a olhá-lo com a retina mais limpa, mais clara, pois atrás daquela ingenuidade e das diversas palhaçadas, como motivo de descontração, de viver mais leve, existia sim um Homem, com o peito carregado de esperança, esperava sempre ser feliz e buscava a incessante arte de amar. Sob a cara emburrada, por não entender os deslizes da rotina, havia sonhos, muitos sonhos, nada sós, sempre pesados de aconchego, de viver com todos afortunadamente. É, talvez seria só uma questão de entendimento, e a vida dele melhoraria, entre tantas paixões, tanto olho no olho, ele mudaria. E aquele "ouvir os risos sarcásticos" seria meramente detalhes de uma felicidade consolidada.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Resistência



E nós pensamos que lutamos pela sobrevivência.
tudo ainda é muito sarcástico.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Féu.

Irresistível, é assim que me sinto nos meus e só meus, momentos mais felizes. Talvez não passe de uma grande ilusão, mas a minha felicidade contagia. Até quando estou o avesso do avesso do avesso do avesso, consigo ser extremamente cativante. Disfarce? Ainda não sei. Mas não me enganem, sejam sempre bem sinceros, assim como yo, tudo nos nossos conformes. A verdade por mais que ardente, porém sempre refrescante, deve ser expelida. Como quem não queria soltar, mas já soltando. É por isso que o vermelho dos teus olhos, ainda não me conquistou, ainda que vermelhos, mas são por baixo, bem desconfiados. As cordas enfraquecem, os sentimentos dissolvem-se. E por mais tentativa que forcemos, no fundo nós sabemos que não passa de uma tremenda ilusão. O meu calhambeque não te suportou, lembra que você pisou e logo ele disparou a buzina? Era o alarme da sonsidão! Ó caríssima, só você não percebeu! Mas relevemos, ele é só uma máquina, está milimetricamente programado. Mas confesso, ele tem intuição. Concorda? Avistou o perigo ao longe. Tudo não passou de pura cena, de um falso puritanismo lastimável. Entendo, as vezes o convencimento se faz escasso e nos coloca em cada situação. Eu bem sei, navalhado na carne, vivi. Combinamos então, você lá eu cá, vamos manter contatos bem distantes, cada vez mais afastados, não me contamine. Tenho uma enorme platéia me esperando, precisam de mim. Olharei o verde mar, pensarei nas mais belas coisas, talvez você caminhe por este, e já restará armazenada nas minhas memórias.