segunda-feira, 23 de novembro de 2009

2009. A odisséia.



Agradecer sutilmente foi tema de um dos meus posts. E me é tão importante agradecer, não por “n” motivos, mas por importantes, que sobressaem outros fatores e porque é preciso, que vou repetir. Em vésperas de aniversário, nós começamos a pensar em diversas coisas, em sábios projetos, e pensando pensando, percebi o quão foi bom o 2009 em minha vida, e antes que ele siga seu destino, e antes que alguma coisa me aconteça, quero ter a oportunidade de mostrar toda sua magnífica existência em meus dias, um a um, como cada grão de areia. Primeiro agradecer a Deus pelo poder da mudança, pelo entendimento e pela sabedoria, esta que me faltava e muito, ó compreensão, que bom que habitaste mais em minha humilde residência. E a força? A persistência, posso esquecer? Nunca! Esse corpinho que hoje me é tão favorável, foi porque exprimir as últimas gotas de perseverança que aqui existia. Felicidade chegou, chegou! Como me sentir melhor neste ano, parece que já acordei com o pé direito e que assim continue. Fazer parte de um contexto mais simples, mais solto, mais compreensível, não foi função fácil, por isso não renego meu 2009. Foi e continuará sendo importante ter minha família sempre ao meu lado, sempre apoiando, reclamando, mas sempre comigo, abandonar nunca. Perceber minha importância para quem ainda não tinha percebido foi uma das melhores experiências. Tenho receio até em pensar no fim de 2009, como foi bom! E como sempre, alguns aspectos nunca mudam, é necessário afirmar a importância de Lívia Novaes em minha vida, com suas peculiaridades me conquistando cada vez mais, foi tudo como sempre foi. A falta que Karen e Kássio faz em meus dias, mas nunca ausentes, sempre reconhecendo nossos maiores valores. Foi bom perceber o Arthur de sempre, nós, sempre humildes e fiéis parceiros. E o 2009 também me trouxe minha pequena Di pra perto, minha paty predileta, a cruel, amarga e doce ao mesmo tempo. Conheci o novo Líniquer, fantástico. O abraço sincero, aconchegante de Roberta, me aliviou, me deixou mais tranqüilo, suas declarações foram assim, fundamentais. O ano realmente foi diferente, eu fui diferente, sim repudiando as mesmas coisas, os mesmos defeitos, mas diferente! Por mais que eu tente explicar, não conseguirei. Laís e Cia, foi bom compartilhar com vocês os novos fins de semanas, foi bom estar mais perto em novos filmes. As queridas Novaes, que nunca me deixaram na mão, como eu amo vocês! Até com Liss foi ótimo, por incrível que pareça. É, foi apenas o início de novos tempos, novos rumos, novas idéias! Legal se sentir assim! Não esquecendo das novas luzes que surgiram, Ane e Asafe, meus pimpolhos. O novo Bruno, botou o pé na estrada e agora Jesus acendeu a luz! rs Obrigado por cada momento, por cada minuto aproveitado. Vá 2009, eu te aconselho que vá, busque também novas fronteiras, assopre novos ventos, um dia quem sabe a gente se encontra, tomara que numa bela esquina, bateremos um papo e você me contará suas aventuras, porque as minhas estão apenas começando e não sei se até lá já terão terminado. Repito, como é fascinante viver! É.


Bruno Mascarenhas


"Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente" Drummond

domingo, 22 de novembro de 2009

Por trás da serra existia um casebre, tão simples quanto seu olhar. O cansaço era perceptível por quem a avistasse, pobre azarenta, naquele ermo ninguem a avistaria, não existia sequer uma alma. Se sentiu Macabéa, se sentiu Juliana, sua bota começava a apertar e o sol, rio 40º, começava-lhe a torrar a mente, nada gerava, tudo estava fora da ordem. Sabia que algo diferente estava por acontecer, e o mínimo que esperava era que o desgaste físico lhe atirasse ao fim. - Socorro! exclamou. Mas nem o pó conseguiu levantar. Estava perdida, talvez fosse consequência de uma série de atitudes que tinha tomado na noite anterior, e de repente fora surpreendida com tamanho castigo. Não, não era castigo. Era o reflexo da atribulada vida, da turbulenta rotina, dos incontáveis "nãos". Se sentiu amordaçada, sentou. A única solução era esperar pelo príncipe encantado ou que a sede e a fome a destruissem. Decidiu pela segunda opção. O suor tomava seu corpo, os delírios começavam a surgir... Era manhã de segunda-feira. Quantas homenagens, você nem era digna de tantas. Seu rosto pálido ainda colava nas pessoas a "?", ninguem entendia como aquilo aconteceu. Do outro lado, conseguiu ver as mesmas coisas, as mesmas pessoas que não as via há tanto tempo, os mesmos problemas. Conclui: mundo, mundo cão, onde quer que eu vá sempre terá uma latido me esperando, sempre existirá o medo, nos morderão sempre. E nem tentemos mudar, fomos convocados a viver. Isso é extremamente fascinante.

sábado, 14 de novembro de 2009

reCRIMEnio.

A única impressão que fica é a primeira. Desconhecido é ainda o motivo de tal façanha acontecer, mas tentar mudar, não logra êxito. Temos o incessante desejo de recriminar, repreender, apontar com indicador até a mínima distância do rosto. Reconhecemos de longe, os que sofrem nosso pré-conceito, sem ao menos dar chance à defesa, sem ao menos reconhecermos os nossos próprios pré-conceitos. E isso, de uma maneira ou de outra, afetou a humanidade, é característica marcante dos pisantes do planeta Terra. O seu fio de cabelo me incomoda, mas eu não percebo que minha peruca te incomoda ainda mais, a harmonia não é nutrida. Só nos resta recriminar, mesmo sabendo que nosso couro cabeludo é igual, usamos os mesmos produtos, frequentamos os mesmos salões, e fazemos os mesmos penteados, com os mesmos cabeleleiros. Somos essencialmente falsos. Atacar é nosso "bom dia", seguimos as horas exprobrando, censurando os minutos. Não acatamos vossas diferenças, mesmo sabendo que somos todos iguais, usamos a mesma capa protetora, exalamos os mesmos odores. E ainda assim, preferimos denegrir, macular a imagem de quem nos é tão próximo, tão parecido. É se olhar no espelho de 360º e não reconhecer que temos os mesmos deslizes, as mesmas fraquezas, os mesmos defeitos, esses que falamos, falamos, falamos tanto. O meu copo tem o mesmo líquido seu, mas o seu está envenenado, porque eu, no meu mais "puro" puritanismo, me perdôem, não aceito que sejamos solidariamente, idênticos. Recriminar é uma das vias mais rápidas para a não aceitação de suas imperfeições, é o próximo passo para alcançar a santidade. Eu? Vou alí com tal pessoa? Jamais! Não sabendo ela, que são tão podres quanto. Aceitemos vossas diferenças, nossas diversidades, entreguemos nosso corpo à vida, e passemos o comando a ela. Desce desse pedestal, você não é só no mundo. A verdade é seu dom de auto-iludir. Hipotenuse-se, é bem mais gostoso.


"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é" (Caetano)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

"... Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco, e os pontos sobre os ISS em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
...
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar." Pablo Neruda



Não entendo porque demorei para viver intensamente. =)



sábado, 7 de novembro de 2009

“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente.” (Clarice)

Eu, que sempre pude desfrutar dos teus cuidados, da tua ânsia, do teu desejo de me fazer feliz, hoje me senti apreensivo, precisando de soluções. Tu, com doces sorrisos, me conquistando desde o primeiro instante, não merece permanecer em meio a furacões, não merece muchar-se, não é digna de desprezo, nem tem as mínimas condições para o abismo. Esse olhar que perfuma, incandeia sensações alargadoras de puro deleite, é a mais sincera prova da existência incontestável do amor e que sempre valerá a pena a batalha, por mais amarga que a tornemos. E ao redor? Os mais nobres e doces afetos, de certo que com frequência complicamos nossos entendimentos, mas sem perdermos a noção que o fim do cálice sempre tem aquele gostinho de conquista, de realização. E que tua importância seja percebida enquanto há tempo, este que o próprio tempo ainda não assoprou, e foi dada a licença para tua felicidade, geladinha como sorvete na ponta do teu nariz, bem sutil. Ah, se tu soubesses e neste momento conseguisse entender, como te faz forte pensar e desejar por mudanças, não estaria tão cabisbaixa, estaria coberta pelo manto vermelho da ascenção e teria a idéia do quão bom foi pisar em verdes pastos e desfrutar dos cristalinos mares. Tua fala, mais solta, estaria sufocada e carregada de boas energias, livre, desfrutando das leves pedaladas ao sol, aflitas por declamar versos envolventes. Eu queria apenas que tu conhecesse o valor da VIDA e sem segredos descomplicasse o viver, retire de você o que não mais suporta, o que não mais te suporta, livra-os. Aqui estarei, do outro lado da via, te esperando com aquele abraço de incomensurável dimensão, pronto para declarar que o dia de ser feliz, dos gritos de contento, acabou de nascer e junto com ele os códigos e normas que regerão tua atraente passagem. Preciso de ti, preciso te ver feliz, e juntos, coladinhos, juntinhos, viveremos um mundo de sonhos, sempre belo e real, na mesma sintonia. Desejo que os que te decepcionaram estejam de pé, à postos, prontos para ver tua passagem emudecedora, de cabeça erguida e disposta ao simples brilhantismo de ser feliz. Nunca esquecendo do fundamental detalhe que norteará tuas ações: o amor.

"Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé" (Gonzaguinha)