sábado, 24 de outubro de 2009

A seco palo.

"Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava
De olhos abertos lhe direi
Amigo, eu me desesperava

...

Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 73
Eu quero que esse canto torto
Feito faca corte a carne de vocês"


Me traz um dos sentimentos mais nobres, me renova a lembrança, reaviva a saudade.
Infiltra os livres, libertinos, amorosos olores.
Retorna as imagens, os que me fizeram brinquedo, meus prediletos.
A sensação é diferente, é algo que ainda não atingiu o prenúncio.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

HM

Entrei em pane. Meu coração pesa, me falta ar, ainda bem que me resta a esperança. Esperar, é preciso ter fé. Nem todos os momentos terão o verde-limão que almejei. Nesta caixinha de surpresa, a vida, entendamos que nem tudo será perfeito. Só não me deixe, ó céus, viver com essa pressão, essa fragilidade de respotas.Precisamos algo concreto, preciso ser, ter.
Bom, que o conforto seja nossa melhor cama e que sempre exista um amigo ombro para recosto. Ter fé sempre será a melhor solução, afinal tudo acaba numa bela pizzaria. Creio que seja um pause, ou até um tilt. Tudo voltará ao play, tenho certeza.
Crença, a fé removeu montanhas, Confiança.
Nossos corações ao final pulsarão vibrantes, assim bem infantil.


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ofabased.


Os dias estão mais calmos, sem muita movimentação. Acho que as peças do meu "lego" começam a se encaixar. É como se a pureza do meu olhar, sempre existente, voltasse, e minha respiração, agora fluida, inspirasse os bons ares e expirasse, lentamente, os rejeitados. Meus passos mais largos, sorrisos mais firmes e uma vontade incontestável de crescer. Como sempre tudo muito exagerado, por isso meu medo, e uma busca incessante pela preucação, prevenir sempre, para amortecer uma provável queda. A rotina, mais saudável, me deixa menos cansado, os pensamentos perpassam por partituras líquidas que me deixam mais tranquilo. Não canso de repetir, que vivo meus anos dourados e minha felicidade, está podendo ser compartilhada com os mais próximos. Talvez seja a melhor sensação dos últimos minutos, sempre renovados. As mudanças precisavam acontecer e de forma contínua, fixarão meu nome no lounge da sensatez. Dividir meus sonhos, está sendo extremamente importante, pude descosturar todos os meus nós e deixar que fosse mais desabotoado, estou amplo. Só me resta aprender, só. Viver ao longo de tantas emoções está sendo uma delícia, e rezem para que continuem, é instantâneo, leve e gratificante. Aprendi a perdoar até. Talvez esteja de cabeça pra baixo, com a cabeça para as costas, ao contrário, mas como vale a pena se sentir bem e fazer com que os outros te sintam bem. O afago da minha mão está mais caliente. Até você foi importante, mesmo não querendo afirmar. A foto do meu porta retrato agora é preto e branco, sem cor, mas serena, transbordando paz. O sorriso e o abraço, algumas das virtudes que preservo desde os primórdios, vale a pena sentir, aconselho me conquistar. AH, percebam que a modéstia ainda não bateu à minha porta. Estou em berço esplêndido, tá tudo bem! Agradecer sutilmente, eternamente.

B.M.S

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Estreito, macabro.

Sou o fantasma, o mistério, o suspense momentâneo. Mantenho-me no escuro, blasfemando contra tudo e todos. Ando a passos lentos, reconhecendo cada pisada, calculando cada gesto, protegendo-me de qualquer bem que possa me atingir. Estou sempre sonolento, delirando sob as melhores estações. O volume da canção mais fúnebre do meu repertório me ensurdece, este baile me fascina. Meu peito traído, perfurado, jorra a falsidade que nele contém, meus amigos riem, não conseguem me auxiliar. Outrora, estava a balançar minha filha, sob o doce cheiro dos verdes pastos, aos sorrisos largos e brancos, expressões inigualáveis. Cá estou, amargando todo este sentimento que me atiraram, vivendo uma perfeita desarmonia, as notas não se adequam ao ritmo. Tudo que tenho é o nada, é o desespero, o medo, a sensibilidade de enfrentar qualquer feixe de luz. A depressão que entreguei minhas carnes, contagiam, as flores exaltam-se, fogem. Me faço caminhar sobre a malícia, alimento-me de puro desprezo, bebo o vinho do meu maior inimigo. Que me seja permitido o poder, este que aqui me atirou, esteja apto a me resgatar. Reside no amâgo do meu organismo, a incessante, a perfeita, a consistente arte da decepção.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Pós-Questionamentos.

Ne me quitte pas, il fault oublier. Ó mundo cruel, pedidos. Sempre foi preciso esquecer. A tentação é áspera, o amor torna-se incapaz de resistí-la, os pensamentos e a culpa, tornam-se pecados. Teu amor me fez cego, te fez rude, me trouxe ao mundo dos itinerantes. A fábula que sempre termina em "Adeus" já me faz entediado, os mesmos gestos, as mesmas justificações e o mesmo choro no pé da cama, saboreando os últimos sais da lágrima. Admito que minhas indagações de gato-mestre são totalmente incompreensíveis, já que todas as réplicas tuas estão em minhas perguntas, é o velho discurso burocrático, sem sentido, nefasto. Chega cansada, vestida com a melhor explicação. Me beija. Pausa. É o momento oportuno para meus questionamentos e teus esclarecimentos, desgastada está nossa relação. Chora, diz que não me quer mais. "Adeus". Clama, sussurra por luz apagada, me leva a Amsterdã, pula da vitrine e em meio as flores, mergulhando nas melhores sensações, me satisfaz. Irresistíveis, chega o sono. Com o primeiro raio do sol, retorna todas as experiências. "Não é bem assim", "Confesso que", vocábulos rotineiros, teu olhar encontra meus suspiros raivosos, enfim, as comparações começam a surgir, quanto melhor ele, minha fúria pateticamente situa-se. Juro não questionar mais, viveremos nessa eterna mentira, felizes, e por mais amor que tenhamos ao outro, estaremos sempre leves com nossos desvios, incorreções. Levaremos nosso amor, ao leme do sinismo. Minhas perguntas não existirão, tuas respostas, tampouco. As relações necessitam de menos explicações, mais liberdade, mais aceitação. O amor supera e prospera qualquer percauço ao longo do caminho, se difícil entender, não procure. Esqueça pós-questionamentos, esqueça, viva! Talvez esteja pensando demais em "Closer". Sinta, permita-se, aos poucos estará entregue às delícias peculiares do jogo do amor.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Caminhar. A arte do entendimento. Percorrer o verde, sentir o azul celeste e descobrir o amarelo em cada conquista. Arrancar o fruto mais vermelho, degustá-lo, deixar transcender a energia do paladar. Sentir o solo tocando teus pés, que ultimamente andaram lânguidos, crus. Perceber que aqueles dias envolto por cinza, tem cor, muita cor. Os animais precisam aflorar tua consciência, e tu animal, necessita acariciar o sentimento, afagar, deixar-se entrever. Deixa o amor de penetrar, sente a natureza te tocar levemente, é, porque depois de torná-la tão medrosa, insegura, ela chegará desconfiada. Nadar, emergir em um poço de emoções, avistar longínquamente aquela luz inquietante, forte. Descobrir, desmistificar, abandonar paradigmas e permitir tua salvação. Ousa, enraiza tuas forças no caule mais seguro, tenta sacar tua arma, acerta ao alvo. Garimpa, os diamantes te esperam. Faz do amâgo da vida, teu habitat, esse que desde os primórdios vive uma iludida tentativa do teu resgate. Sustentar, gozar, desfrutar. Caminhar.

sábado, 3 de outubro de 2009

O que faço contigo? Até parece a filha da chiquita bacana, nunca entra em cana, família demais. Mas forçadamente teus trejeitos entregam a marca das tuas vestes. Fingida, pérfida, infundada, tua razão esguicha jatos de desespero, incerta. Tuas partes estão harmonicamente esfrangalhadas. As leis a que se submete, intimadas em um divã vermelho, cheias de culpas, queixas, um verdadeiro desprazer, análoga a uma inexpressiva litigância de má-fé, formam um overbook inabalável. Os espelhos te perseguem, as lamparinas estão sempre acesas. Talvez essa visão fantástica, ilusão sedutora, precisa chegar ao alvo, ao confudó do cafundó. E se precisar de auxílio, estarei aqui, sempre em nível elevado, mas prestes a jogar o cordão delgado, na tentativa de livrar-te da ruína. Aceito o desafio de te recompor, juntar caco a caco. Tua carne, essa já apodrecida, me servirá, ao menos como prática de vida. Espero que após esse processo de mutação, eu possa olhar esse teu "farol desajustado" e consiga alinhá-lo, a reta é uma só, sem bifurcações ao longo da via, cabe ao teu cerne, percorrer acautelando por antecipação. Que ressurjam das cinzas os ensinamentos mais nobres, tome conhecimento, aprenda.
"...uma cápsula protetora,
ah eu quero chegar antes,
pra sinalizar o estar de cada coisa,
filtrar seus graus.
Eu ando pelo mundo,
divertindo gente... "