sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Para tudo existe um motivo, mesmo que para tal, seja difícil explicar, mas sempre há, sempre! Existe uma razão de ser em qualquer aspecto, da rotação à translação, da base ao topo, alguma explicação deve haver. E por isto viver e descobrir seus mistérios, é muito mais que uma aventura, é uma captura, é desvendar segredos, saltar obstáculos, alcançar metas! Metas, estas que nunca nos abandona, por menor que seja, por mais ínfima e porca que queira ser, mas é necessário que busquemos e acreditemos em algo que nos leve a algum status, que nós mesmo ainda não sabemos ainda onde e quando será. Pouco sabemos do viver, poucos sabemos entender, pouco sabemos. Ainda não aceitamos a saudade e o estar junto todo minuto, para tudo existe o meio termo, a sensatez, apesar de alguns também não conhecerem o latu sensu de tal verbete, ultrapassam os limites. As configurações não se encaixam, porque elas mesmos são criadas, tudo está muito forçado, muito certinho, na linha, numa reta infinita. Oh caros, atitude, dribles, "esquives", viver necessita capacidade, vencer necessita coragem e muita força pra seguir em frente, ´chavão mais verdadeiro não há. Ser gentil e sutil, ainda não basta,a grosseria também é precisa. Up! Up! Os pingos da chuva devem correr córregos novos, percorrer caminhos ainda não habitados, trilhas ainda não escarafunchadas. Corre, do pó vieste, pro pó voltará, possa ser que não dê tempo, seja inteligente, esperto e muito, mas muitíssimo sagaz. Viva!



Aos poucos estamos nos encaixando ao sistema, aos poucos até a dor é transformada em lembrança, aos poucos nem o que queremos ser, somos. É o ritmo natural do permanecer vivo. As coisas passam, o entendimento, pouco, fica. Ás vezes é bom, é um falso se sentir bem, é um falso rir, é um falso agradar, mas precisamos nos adaptar, não?



segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Como vai ser?

E aí, como vai ser? Quem vai me dar as respostas que no momento busco impacientemente? Quem vai conseguir me explicar? E como serão meus feriados, meus janeiros, meus fevereiros, meus meses? Quem vai me receber quando chegando à Adriano Pedreira estiver? De quem eu vou ouvir “óóó eeele, venha cá lindo, me conte as novidades!!”, “é lombo ou bife heeeein?” “heeein” “acorda ninho, vem conversar!” “essa véa só resume a conversa, só!” ??? Quem vai ser a platéia das minhas palhaçadas? Quem vai sentir falta de ar de tanto rir? Quem vai pedir o bendito maré maré? Quem vai ser arrumada por Ão?É, minha linda e amada tia, vai ser muito difícil viver sem tua presença física e se contentar com tua presença espiritual está sendo difícil. Hoje eu não tenho mais quem carregar, quem pirraçar, quem criticar, eu não vou ter quem amar de um jeito tão diferente! Qual cabelo vai querer que eu penteie? Como vai ser comprar geladinho de coco ou amendoim e não te oferecer? Como vai ser estar próximo a uma árvore de natal e não perceber que era ali que você queria estar? Como vai ser minha tia? Responde! Tudo há de ter um motivo relevante, eu hei de entender, vai ser necessário. Quem vai me pedir goiabada com creme de leite ou um docinho após o almoço? Com quem eu vou gritar “ Acooorda Heleeena!!! Chegaa!” “Vamooos Helena no fórum, deixa de ser leeerda”? Quem vai rir disso? Quem vai ser minha bebita? Meu Deus, tu tava tão só que levou nossa alegria? Creio que o céu precisava de festa, de bondade, de honestidade. Como vai ser minha tia não te ver na minha formatura, não te ver no nascimento dos meus herdeiros? Como vai ser? Ainda sem resposta? É, assim que meu coração está. Tudo está novo, muito recente, ferido, e meu clamor ainda é por respostas e por entendimento, ó espírito santo, vem e me acalma, me faz aceitar os mistérios da vida, intercede por mim! Como vai ser não te dar mais comida na boca, cortar carninha por carninha? Como vai ser pra eu demonstrar todo meu carinho? É Helena, nossa leninha, hoje tu está em festa, sem sofrimento, ao lado do pai, ao lado do nosso Antônio, que egoísmo não? Nos deixou tão cedo, esperando pra te ver. É minha tia, com quem eu vou discutir cotas, quem é a corinthiana que eu vou pertubar? Como vão ser os jogos do Bahia? Como vão ser os jornais da vida? Tem que ser tudo como sempre foi, e se depender de mim será! O meu amor por tu é o mesmo de ontem, é o mesmo das minhas lágrimas, é será o mesmo sempre! Por tu sempre serei! Nossos momentos estarão sempre guardados, sempre vivos, como hoje estão! Nada será esquecido, e vamos sempre lembrar da tua reação. Ô minha tia, minha Helena, ainda bem que pude te mostrar tudo que eu queria enquanto havia tempo, ainda bem que fiz tudo que podia, mas o destino nos rasteirou. Talvez fosse necessário, o mundo era muito cruel pra te ter. Como vai ser? Como vai ser? Helen, obrigado pelos nossos momentos, pelas nossas peculiaridades, obrigado por ter vindo ao mundo sangue do meu sangue! Que Deus nos permita conforto e entendimento e só ele nos aproximará um dia! Cuida de nós tia, olha por nós! É, deixa eu sentir essa dor, deixa eu estar introspectivo, deixa eu molhar meu rosto com as lágrimas da saudade, deixa eu ir pro meu cantinho pensar em ti. Mas ainda não sei como vai ser, como será! Que o destino me guarde a felicidade, a tua bondade e teus ensinamentos, que me guarde tua inocência! Vai, tia Helena, tua luz ainda brilha, teu pontinho no céu é só para nos lembrarmos desse feixe de luz que por aqui passou. Hoje nos braços do pai, tu é mais feliz! Todos nós te amamos, muito! Sempre! As saudades sempre palpitarão em nossos corações, tudo será lindo, tudo será lindo... Adeus minha Tia, À Deus! Eu te amo!


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Basta sorrir.

Basta sorrir pra transmitir tua paz, pra trazer pra perto quem tu mais admira. Basta sorrir pra irradiar aquilo, que mesmo falsamente, você gostaria de repassar. Basta sorrir, você consegue esconder teus medos, teus desejos, usa esse disfarce. Basta sorrir, busca tua âncora, aporta teu ombro no cais da fé, da crença, veja o bem que te faz. Sorria e você verá tudo mais claro, mais colorido, tudo bem dourado. O mais secreto bailar do meu sonho é bastante sorridente, aproveito nos mínimos detalhes, nas mais vantajosas demonstrações, aquelas que me conquistam, que me tocam. Sorria quando sentir saudade, este peito vazio não demorará de se encher de lembranças. Basta sorrir, para que perceptível torne, o bonde que te carrega, o bonde que te conduz até ao puro destino do inabalável e infreável futuro. Alguns me dirão que este sorriso preso, encurralado, não consegue saltar aos olhos do horizonte, mas, pouco importa, suas forças ainda não estão totalmente carregadas, torne-as, esforça-te, eu sei que por trás dessa inspetora, sempre existirá uma meiga Alice. Smile, torna mais leve tuas horas mais difíceis, teus dias mais suspensos pelo ar irrespirável, anda “demanhanzinha”, respira bem, presta um bom dia e sempre sorrindo, sorrindo sempre. Torna tua beleza tão inocente infantil, e tratemos aqui, nada de sorriso amarelo ok? Demonstra sempre o que te faz feliz, demonstra sempre quem te faz feliz, e à todos saúda com este que só tu consegue extrair, só tu consegue aflorar. Um viva ao hoje, ao dezembro tão quente, ao verão, à todos! Alforria ao sorriso, basta sorrir.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

2009. A odisséia.



Agradecer sutilmente foi tema de um dos meus posts. E me é tão importante agradecer, não por “n” motivos, mas por importantes, que sobressaem outros fatores e porque é preciso, que vou repetir. Em vésperas de aniversário, nós começamos a pensar em diversas coisas, em sábios projetos, e pensando pensando, percebi o quão foi bom o 2009 em minha vida, e antes que ele siga seu destino, e antes que alguma coisa me aconteça, quero ter a oportunidade de mostrar toda sua magnífica existência em meus dias, um a um, como cada grão de areia. Primeiro agradecer a Deus pelo poder da mudança, pelo entendimento e pela sabedoria, esta que me faltava e muito, ó compreensão, que bom que habitaste mais em minha humilde residência. E a força? A persistência, posso esquecer? Nunca! Esse corpinho que hoje me é tão favorável, foi porque exprimir as últimas gotas de perseverança que aqui existia. Felicidade chegou, chegou! Como me sentir melhor neste ano, parece que já acordei com o pé direito e que assim continue. Fazer parte de um contexto mais simples, mais solto, mais compreensível, não foi função fácil, por isso não renego meu 2009. Foi e continuará sendo importante ter minha família sempre ao meu lado, sempre apoiando, reclamando, mas sempre comigo, abandonar nunca. Perceber minha importância para quem ainda não tinha percebido foi uma das melhores experiências. Tenho receio até em pensar no fim de 2009, como foi bom! E como sempre, alguns aspectos nunca mudam, é necessário afirmar a importância de Lívia Novaes em minha vida, com suas peculiaridades me conquistando cada vez mais, foi tudo como sempre foi. A falta que Karen e Kássio faz em meus dias, mas nunca ausentes, sempre reconhecendo nossos maiores valores. Foi bom perceber o Arthur de sempre, nós, sempre humildes e fiéis parceiros. E o 2009 também me trouxe minha pequena Di pra perto, minha paty predileta, a cruel, amarga e doce ao mesmo tempo. Conheci o novo Líniquer, fantástico. O abraço sincero, aconchegante de Roberta, me aliviou, me deixou mais tranqüilo, suas declarações foram assim, fundamentais. O ano realmente foi diferente, eu fui diferente, sim repudiando as mesmas coisas, os mesmos defeitos, mas diferente! Por mais que eu tente explicar, não conseguirei. Laís e Cia, foi bom compartilhar com vocês os novos fins de semanas, foi bom estar mais perto em novos filmes. As queridas Novaes, que nunca me deixaram na mão, como eu amo vocês! Até com Liss foi ótimo, por incrível que pareça. É, foi apenas o início de novos tempos, novos rumos, novas idéias! Legal se sentir assim! Não esquecendo das novas luzes que surgiram, Ane e Asafe, meus pimpolhos. O novo Bruno, botou o pé na estrada e agora Jesus acendeu a luz! rs Obrigado por cada momento, por cada minuto aproveitado. Vá 2009, eu te aconselho que vá, busque também novas fronteiras, assopre novos ventos, um dia quem sabe a gente se encontra, tomara que numa bela esquina, bateremos um papo e você me contará suas aventuras, porque as minhas estão apenas começando e não sei se até lá já terão terminado. Repito, como é fascinante viver! É.


Bruno Mascarenhas


"Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente" Drummond

domingo, 22 de novembro de 2009

Por trás da serra existia um casebre, tão simples quanto seu olhar. O cansaço era perceptível por quem a avistasse, pobre azarenta, naquele ermo ninguem a avistaria, não existia sequer uma alma. Se sentiu Macabéa, se sentiu Juliana, sua bota começava a apertar e o sol, rio 40º, começava-lhe a torrar a mente, nada gerava, tudo estava fora da ordem. Sabia que algo diferente estava por acontecer, e o mínimo que esperava era que o desgaste físico lhe atirasse ao fim. - Socorro! exclamou. Mas nem o pó conseguiu levantar. Estava perdida, talvez fosse consequência de uma série de atitudes que tinha tomado na noite anterior, e de repente fora surpreendida com tamanho castigo. Não, não era castigo. Era o reflexo da atribulada vida, da turbulenta rotina, dos incontáveis "nãos". Se sentiu amordaçada, sentou. A única solução era esperar pelo príncipe encantado ou que a sede e a fome a destruissem. Decidiu pela segunda opção. O suor tomava seu corpo, os delírios começavam a surgir... Era manhã de segunda-feira. Quantas homenagens, você nem era digna de tantas. Seu rosto pálido ainda colava nas pessoas a "?", ninguem entendia como aquilo aconteceu. Do outro lado, conseguiu ver as mesmas coisas, as mesmas pessoas que não as via há tanto tempo, os mesmos problemas. Conclui: mundo, mundo cão, onde quer que eu vá sempre terá uma latido me esperando, sempre existirá o medo, nos morderão sempre. E nem tentemos mudar, fomos convocados a viver. Isso é extremamente fascinante.

sábado, 14 de novembro de 2009

reCRIMEnio.

A única impressão que fica é a primeira. Desconhecido é ainda o motivo de tal façanha acontecer, mas tentar mudar, não logra êxito. Temos o incessante desejo de recriminar, repreender, apontar com indicador até a mínima distância do rosto. Reconhecemos de longe, os que sofrem nosso pré-conceito, sem ao menos dar chance à defesa, sem ao menos reconhecermos os nossos próprios pré-conceitos. E isso, de uma maneira ou de outra, afetou a humanidade, é característica marcante dos pisantes do planeta Terra. O seu fio de cabelo me incomoda, mas eu não percebo que minha peruca te incomoda ainda mais, a harmonia não é nutrida. Só nos resta recriminar, mesmo sabendo que nosso couro cabeludo é igual, usamos os mesmos produtos, frequentamos os mesmos salões, e fazemos os mesmos penteados, com os mesmos cabeleleiros. Somos essencialmente falsos. Atacar é nosso "bom dia", seguimos as horas exprobrando, censurando os minutos. Não acatamos vossas diferenças, mesmo sabendo que somos todos iguais, usamos a mesma capa protetora, exalamos os mesmos odores. E ainda assim, preferimos denegrir, macular a imagem de quem nos é tão próximo, tão parecido. É se olhar no espelho de 360º e não reconhecer que temos os mesmos deslizes, as mesmas fraquezas, os mesmos defeitos, esses que falamos, falamos, falamos tanto. O meu copo tem o mesmo líquido seu, mas o seu está envenenado, porque eu, no meu mais "puro" puritanismo, me perdôem, não aceito que sejamos solidariamente, idênticos. Recriminar é uma das vias mais rápidas para a não aceitação de suas imperfeições, é o próximo passo para alcançar a santidade. Eu? Vou alí com tal pessoa? Jamais! Não sabendo ela, que são tão podres quanto. Aceitemos vossas diferenças, nossas diversidades, entreguemos nosso corpo à vida, e passemos o comando a ela. Desce desse pedestal, você não é só no mundo. A verdade é seu dom de auto-iludir. Hipotenuse-se, é bem mais gostoso.


"Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é" (Caetano)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

"... Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco, e os pontos sobre os ISS em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
...
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar." Pablo Neruda



Não entendo porque demorei para viver intensamente. =)



sábado, 7 de novembro de 2009

“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente.” (Clarice)

Eu, que sempre pude desfrutar dos teus cuidados, da tua ânsia, do teu desejo de me fazer feliz, hoje me senti apreensivo, precisando de soluções. Tu, com doces sorrisos, me conquistando desde o primeiro instante, não merece permanecer em meio a furacões, não merece muchar-se, não é digna de desprezo, nem tem as mínimas condições para o abismo. Esse olhar que perfuma, incandeia sensações alargadoras de puro deleite, é a mais sincera prova da existência incontestável do amor e que sempre valerá a pena a batalha, por mais amarga que a tornemos. E ao redor? Os mais nobres e doces afetos, de certo que com frequência complicamos nossos entendimentos, mas sem perdermos a noção que o fim do cálice sempre tem aquele gostinho de conquista, de realização. E que tua importância seja percebida enquanto há tempo, este que o próprio tempo ainda não assoprou, e foi dada a licença para tua felicidade, geladinha como sorvete na ponta do teu nariz, bem sutil. Ah, se tu soubesses e neste momento conseguisse entender, como te faz forte pensar e desejar por mudanças, não estaria tão cabisbaixa, estaria coberta pelo manto vermelho da ascenção e teria a idéia do quão bom foi pisar em verdes pastos e desfrutar dos cristalinos mares. Tua fala, mais solta, estaria sufocada e carregada de boas energias, livre, desfrutando das leves pedaladas ao sol, aflitas por declamar versos envolventes. Eu queria apenas que tu conhecesse o valor da VIDA e sem segredos descomplicasse o viver, retire de você o que não mais suporta, o que não mais te suporta, livra-os. Aqui estarei, do outro lado da via, te esperando com aquele abraço de incomensurável dimensão, pronto para declarar que o dia de ser feliz, dos gritos de contento, acabou de nascer e junto com ele os códigos e normas que regerão tua atraente passagem. Preciso de ti, preciso te ver feliz, e juntos, coladinhos, juntinhos, viveremos um mundo de sonhos, sempre belo e real, na mesma sintonia. Desejo que os que te decepcionaram estejam de pé, à postos, prontos para ver tua passagem emudecedora, de cabeça erguida e disposta ao simples brilhantismo de ser feliz. Nunca esquecendo do fundamental detalhe que norteará tuas ações: o amor.

"Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé" (Gonzaguinha)


sábado, 24 de outubro de 2009

A seco palo.

"Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava
De olhos abertos lhe direi
Amigo, eu me desesperava

...

Sei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 73
Eu quero que esse canto torto
Feito faca corte a carne de vocês"


Me traz um dos sentimentos mais nobres, me renova a lembrança, reaviva a saudade.
Infiltra os livres, libertinos, amorosos olores.
Retorna as imagens, os que me fizeram brinquedo, meus prediletos.
A sensação é diferente, é algo que ainda não atingiu o prenúncio.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

HM

Entrei em pane. Meu coração pesa, me falta ar, ainda bem que me resta a esperança. Esperar, é preciso ter fé. Nem todos os momentos terão o verde-limão que almejei. Nesta caixinha de surpresa, a vida, entendamos que nem tudo será perfeito. Só não me deixe, ó céus, viver com essa pressão, essa fragilidade de respotas.Precisamos algo concreto, preciso ser, ter.
Bom, que o conforto seja nossa melhor cama e que sempre exista um amigo ombro para recosto. Ter fé sempre será a melhor solução, afinal tudo acaba numa bela pizzaria. Creio que seja um pause, ou até um tilt. Tudo voltará ao play, tenho certeza.
Crença, a fé removeu montanhas, Confiança.
Nossos corações ao final pulsarão vibrantes, assim bem infantil.


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ofabased.


Os dias estão mais calmos, sem muita movimentação. Acho que as peças do meu "lego" começam a se encaixar. É como se a pureza do meu olhar, sempre existente, voltasse, e minha respiração, agora fluida, inspirasse os bons ares e expirasse, lentamente, os rejeitados. Meus passos mais largos, sorrisos mais firmes e uma vontade incontestável de crescer. Como sempre tudo muito exagerado, por isso meu medo, e uma busca incessante pela preucação, prevenir sempre, para amortecer uma provável queda. A rotina, mais saudável, me deixa menos cansado, os pensamentos perpassam por partituras líquidas que me deixam mais tranquilo. Não canso de repetir, que vivo meus anos dourados e minha felicidade, está podendo ser compartilhada com os mais próximos. Talvez seja a melhor sensação dos últimos minutos, sempre renovados. As mudanças precisavam acontecer e de forma contínua, fixarão meu nome no lounge da sensatez. Dividir meus sonhos, está sendo extremamente importante, pude descosturar todos os meus nós e deixar que fosse mais desabotoado, estou amplo. Só me resta aprender, só. Viver ao longo de tantas emoções está sendo uma delícia, e rezem para que continuem, é instantâneo, leve e gratificante. Aprendi a perdoar até. Talvez esteja de cabeça pra baixo, com a cabeça para as costas, ao contrário, mas como vale a pena se sentir bem e fazer com que os outros te sintam bem. O afago da minha mão está mais caliente. Até você foi importante, mesmo não querendo afirmar. A foto do meu porta retrato agora é preto e branco, sem cor, mas serena, transbordando paz. O sorriso e o abraço, algumas das virtudes que preservo desde os primórdios, vale a pena sentir, aconselho me conquistar. AH, percebam que a modéstia ainda não bateu à minha porta. Estou em berço esplêndido, tá tudo bem! Agradecer sutilmente, eternamente.

B.M.S

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Estreito, macabro.

Sou o fantasma, o mistério, o suspense momentâneo. Mantenho-me no escuro, blasfemando contra tudo e todos. Ando a passos lentos, reconhecendo cada pisada, calculando cada gesto, protegendo-me de qualquer bem que possa me atingir. Estou sempre sonolento, delirando sob as melhores estações. O volume da canção mais fúnebre do meu repertório me ensurdece, este baile me fascina. Meu peito traído, perfurado, jorra a falsidade que nele contém, meus amigos riem, não conseguem me auxiliar. Outrora, estava a balançar minha filha, sob o doce cheiro dos verdes pastos, aos sorrisos largos e brancos, expressões inigualáveis. Cá estou, amargando todo este sentimento que me atiraram, vivendo uma perfeita desarmonia, as notas não se adequam ao ritmo. Tudo que tenho é o nada, é o desespero, o medo, a sensibilidade de enfrentar qualquer feixe de luz. A depressão que entreguei minhas carnes, contagiam, as flores exaltam-se, fogem. Me faço caminhar sobre a malícia, alimento-me de puro desprezo, bebo o vinho do meu maior inimigo. Que me seja permitido o poder, este que aqui me atirou, esteja apto a me resgatar. Reside no amâgo do meu organismo, a incessante, a perfeita, a consistente arte da decepção.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Pós-Questionamentos.

Ne me quitte pas, il fault oublier. Ó mundo cruel, pedidos. Sempre foi preciso esquecer. A tentação é áspera, o amor torna-se incapaz de resistí-la, os pensamentos e a culpa, tornam-se pecados. Teu amor me fez cego, te fez rude, me trouxe ao mundo dos itinerantes. A fábula que sempre termina em "Adeus" já me faz entediado, os mesmos gestos, as mesmas justificações e o mesmo choro no pé da cama, saboreando os últimos sais da lágrima. Admito que minhas indagações de gato-mestre são totalmente incompreensíveis, já que todas as réplicas tuas estão em minhas perguntas, é o velho discurso burocrático, sem sentido, nefasto. Chega cansada, vestida com a melhor explicação. Me beija. Pausa. É o momento oportuno para meus questionamentos e teus esclarecimentos, desgastada está nossa relação. Chora, diz que não me quer mais. "Adeus". Clama, sussurra por luz apagada, me leva a Amsterdã, pula da vitrine e em meio as flores, mergulhando nas melhores sensações, me satisfaz. Irresistíveis, chega o sono. Com o primeiro raio do sol, retorna todas as experiências. "Não é bem assim", "Confesso que", vocábulos rotineiros, teu olhar encontra meus suspiros raivosos, enfim, as comparações começam a surgir, quanto melhor ele, minha fúria pateticamente situa-se. Juro não questionar mais, viveremos nessa eterna mentira, felizes, e por mais amor que tenhamos ao outro, estaremos sempre leves com nossos desvios, incorreções. Levaremos nosso amor, ao leme do sinismo. Minhas perguntas não existirão, tuas respostas, tampouco. As relações necessitam de menos explicações, mais liberdade, mais aceitação. O amor supera e prospera qualquer percauço ao longo do caminho, se difícil entender, não procure. Esqueça pós-questionamentos, esqueça, viva! Talvez esteja pensando demais em "Closer". Sinta, permita-se, aos poucos estará entregue às delícias peculiares do jogo do amor.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Caminhar. A arte do entendimento. Percorrer o verde, sentir o azul celeste e descobrir o amarelo em cada conquista. Arrancar o fruto mais vermelho, degustá-lo, deixar transcender a energia do paladar. Sentir o solo tocando teus pés, que ultimamente andaram lânguidos, crus. Perceber que aqueles dias envolto por cinza, tem cor, muita cor. Os animais precisam aflorar tua consciência, e tu animal, necessita acariciar o sentimento, afagar, deixar-se entrever. Deixa o amor de penetrar, sente a natureza te tocar levemente, é, porque depois de torná-la tão medrosa, insegura, ela chegará desconfiada. Nadar, emergir em um poço de emoções, avistar longínquamente aquela luz inquietante, forte. Descobrir, desmistificar, abandonar paradigmas e permitir tua salvação. Ousa, enraiza tuas forças no caule mais seguro, tenta sacar tua arma, acerta ao alvo. Garimpa, os diamantes te esperam. Faz do amâgo da vida, teu habitat, esse que desde os primórdios vive uma iludida tentativa do teu resgate. Sustentar, gozar, desfrutar. Caminhar.

sábado, 3 de outubro de 2009

O que faço contigo? Até parece a filha da chiquita bacana, nunca entra em cana, família demais. Mas forçadamente teus trejeitos entregam a marca das tuas vestes. Fingida, pérfida, infundada, tua razão esguicha jatos de desespero, incerta. Tuas partes estão harmonicamente esfrangalhadas. As leis a que se submete, intimadas em um divã vermelho, cheias de culpas, queixas, um verdadeiro desprazer, análoga a uma inexpressiva litigância de má-fé, formam um overbook inabalável. Os espelhos te perseguem, as lamparinas estão sempre acesas. Talvez essa visão fantástica, ilusão sedutora, precisa chegar ao alvo, ao confudó do cafundó. E se precisar de auxílio, estarei aqui, sempre em nível elevado, mas prestes a jogar o cordão delgado, na tentativa de livrar-te da ruína. Aceito o desafio de te recompor, juntar caco a caco. Tua carne, essa já apodrecida, me servirá, ao menos como prática de vida. Espero que após esse processo de mutação, eu possa olhar esse teu "farol desajustado" e consiga alinhá-lo, a reta é uma só, sem bifurcações ao longo da via, cabe ao teu cerne, percorrer acautelando por antecipação. Que ressurjam das cinzas os ensinamentos mais nobres, tome conhecimento, aprenda.
"...uma cápsula protetora,
ah eu quero chegar antes,
pra sinalizar o estar de cada coisa,
filtrar seus graus.
Eu ando pelo mundo,
divertindo gente... "

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Lisboa, 1904.

Do teu amor, fiz carnaval, me fiz boêmio enquanto pude. Minhas máscaras, seguras, garantidas, estavam cada vez mais às esconsas. Minha expressão tênue, porém faceira, vislumbrava uma sensação correspondente ao desejo e à esperança de te ver iludida, desonrada. Na verdade, minha resistência flutuava sobre tua firme petulância, inenarrável, da minha fidelidade. Pobre de ti. Perseverante, por sinal. Será que a falta do meu panamá, toda noite, te rosnando, te perfumando, não te tornava convencida? Minha ama, nunca duvides dos meus sentimentos, adormeci até as estrelas, para que te deixassem descansar. Mais forte foi a necessidade, meu jardim, fértil, precisava estar sempre florido, nenhuma com teus atributos, tua sensatez, teu aconchego. Artefatos que me faziam pensar e repensar. Já era tarde, teu engano, restituia-me da mais profunda fraqueza, agonizava sob as melancólicas mazelas a que me permiti, mas minha indolente retórica não admitia retratação. Adeus, minha partida não poderia ser adiada, o momento tornou saturadas todas as poucas horas dos meus dias, te ver sofrer, se algum dia destampasse meus traiçoeiros melindres, flecharia meu orgulho e eu não resistiria. Ó meu amor, onde me encontrar, estará comigo teu perfume, tua última palavra, tua dedicação. Levarei com minhas convicções tua sabedoria, quiçá tornarei apto a continuar vivendo. Compreendas que foi a mulher mais feliz do mundo, estarei nas esquinas, bueiros do destino, sempre retendo-te na memória, só esperando o dia da partida.
Do teu eterno,
Conrado.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Proteção inabalável.

Os olhares perpassam o entender. Uns moderados, outros, fazem questão de levá-lo até o calvário, satisfeitos, por sinal. Esse tal de egoísmo venda até tuas ilusões, te envolve numa doce canção, um excelente bailarino. É estranho, o pulso, quase lento, dispara, o menos corajoso, se borra, e acaba cedendo àquela tentação. O odor contamina o ambiente, os outros seres, também egoístas começam a te recriminar, mas não te preocupas, guapissimos, eles também estão contaminados. Se tornar uma ressonância é algo instantâneo, os mínimos detalhes, mesmo obscuros, revelam-se na melhor impressão. Não me espanta o número crescente dos adeptos deste nosso amigo. O egoísmo é raça, é crença, é auto afirmação, é Maria Madalena, é Cleópatra, é o jogo sujo, toda partida merece ao menos um egoísta, e essa trajetória que chamamos de vida, julga-se durante o tic-tac do teu relógio de parede, pelos meios mais egoístas que tu cometeste. O egocêntrico tem o edifício sob seus pilares, mas esse é sensato, neutro, o domínio sacia, tua armadura é o pé na estrada ou a estrada no pé. Ter o mínimo de sensatez para os egoístas e egocêntricos, é questão de saúde, suas hemoglobinas fervem, as hemácias estão no ponto. Quanto mais egoísmo, mais a vida fica recheada, com aquele sabor de caramelo, a parada nele é obrigatória. E é tão compreensivo ser egoísta que não fazemos questão de transformar um túnel em um esconderijo, preferimos fazer arte nele, buzinar, sacudir, ser essencialmente egoísta. Restando do riacho, só o solo rachado, do sorvete, a casquinha. E aquele teu amor, cremado, cinzento, jogado ao vento, de repente é assoprado, e as energias, essas nada egoístas, retornam, como mel no meu paladar, grudado, colado. Transformado. Busquemos o entendimento, desafiemos o egoísmo, olhemos sempre para trás, a avalanche vem descendo, espero que não congelemos na lembrança, como bonecos de neve.

domingo, 27 de setembro de 2009

Orkut.


Um conselho certo.

Um olhar que me passa tudo que eu preciso, que me dá forças, que ilumina meus caminhos e que me traz a certeza de uma amizade verdadeira e de uma vida melhor.

Um cuidado de pai.

Um abraço que me envolve, que me traz o calor do amor puro, do carinho puro.

Uma sinceridade admirável, um homem admirável. Uma saudade imensa que pesa meu coração.

Nosso amor é uma certeza. Nossa amizade uma loucura divertidíssima.

Não sei o que seria de mim sem você, meu amigo!

Te amo(pra todo o sempre).


Livinha - 06/05/2007



O único depoimento que não consegui excluir, apesar de toda minha insatisfação orkutiana. Guardarei para sempre, nossos netos ainda o lerão. Nós nos completamos. Te amo, minha Bim!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Era noite de sexta-feira, chuvosa, o orvalho atacava a minha rinite. Definitivamente percebi que o alternativo não me atrai. Não moverei um fio para sustentá-lo. Talvez seja muito sensacionalismo para um movimento só, estava ficando incomodado a cada "carcará" ecoado. Diferenças, contradições, um verdadeiro "imagem e ação", mímicas e desenhos por todos os lados e a todo momento. Porém, estão todos vivendo em um mesmo paradigma, a lei da moda é o destaque. Oh, destaque! Fluorescência e muita cor. E aquela canção, me perfurando, sem chance ao contraditório, estava em habitat alheio. Deve existir uma necessidade, um motivo, para explicar o mínimo das ações que presenciei. Aliás, simplesmente eles existem. Uhuh, é um sexo, pagode e açaí, mascarado. Um perfeito carnaval. E eu, cá com meus botões, admirando a criatividade do ser humano, és tolo, construindo aquela tragédia, que com certeza acabaria em um anarquismo romântico, sonhando com o dia que o Pierrot chegaria ao governo Cubano. Que Deus não me permita! O estabelecimento transbordava cultura, também só ele, porque este "cult" não conseguiu me sequestrar. E olha que o rei não estava na minha barriga. Conclui, prefiro viver no meu mundinho fechado imprevisível. O poder me fascina, e definitivamente percebi que o alternativo não me atrai, com o perdão da ênfase.
Ser feliz transcende a força dos meus pulsos tão viris. Um simples gesto, um simples sorriso, um abraço, elementos que me são tão únicos, e só poucos conseguem enxergar. Elementos que me conquistam lentamente, aos poucos, como raízes profundas, são essencialmente fundamentais. Um olhar singular, um aperto de mão, uma palavra verdadeira, daquelas que sugam tua alma e arrebatam o que você tem de mais precioso. Ser feliz me faz compreender os outonos de outrora, e os verões tão picantes. Me faz surpreender até os momentos mais previsíveis. Um cadaço, um óculos, detalhes que antes eram despercebidos, aprender me fez mais feliz. O livro tem mais sentido, o cheiro da chuva já adentra como umas das coisas mais saborosas, eu me permiti. Comprei a tal permissão, porque aprendi que sem ele (R$) não posso viver. Sim, minhas peculiaridades me fizeram tão feliz que hoje não consigo me libertar delas, sou um ser com uma única linhagem, um genótipo inigualável. Ah, como é bom respirar os doces dias. Foi me dada a permissão da mudança, e não sei porque soou bem aos meus ouvidos o ponto crucial, o da partida. A coragem, a persistência, a vaidade, fortaleceram meu ser, a base da minha pirâmide foi erguida. Resultados sempre me satisfazem, não importam como e quando venham, mas sempre me agradam. Ser feliz me fez entrar na moda, e dos bastidores, das cochias, consigo ensaiar meu espetáculo. A felicidade era talvez a última folha do trevo, uma das últimas peças do quebra-cabeça, me sinto montado, pronto pra ser enfrentado. Ser feliz foi algo que não pude prever, foi prazeroso, chegou no momento mais BOOM, foi preso com as garras mais afiadas e daqui não escaparão.

"Bebete vãobora,
pois já está na hora
olha que o galo cantou
e o sol vai raia
e você não parou de sambar"
Jorge Ben

sábado, 19 de setembro de 2009

O através
O vies
O sensível
O terrível

O através
O senso
O ridículo
Esdrúxulo, O

E através
Entretanto
O fio
Por um fio,
Embarque,
Balance.
Siga.
Prossiga.

Novembro, 3

3 de novembro. Não, não foi o dia em que resolvi criar isso aqui. Com certeza o 3 de novembro deve ser apagado. Já é 4 de novembro, o calor continua o mesmo de ontem, as situações vividas parecem ter sidos enterradas, creio eu, tentei afundá-las, podem até boiar novamente, mas não terão a mesma força. Talvez hoje sentirei o que vivi ontem, talvez hoje, vou poder sentir a maginitude do que presenciei. E hoje também espero esquecer o que vivi no tal dia 3. Mas como assim sentir e esquecer ao mesmo tempo? Isso, isso, isso, mas vou tentar esquecer se não tocar, vou tentar esquecer sem nem sequer lembrar, apaguei. Subi no ônibus, em direção a academia, desci pela frente, como idoso que me sinto e desceu comigo uma estrela, atravessamos juntos, eu olhando pra ela, tendo certeza que um dia ela iria se recuperar. Entrei na piscina, hoje ela não estava tão quente como dias atrás, não reclamei. Nadei, nadei, nadei, não eu não nadei, o dia não me deixou nadar, repeti os mesmos movimentos que sempre achei chatos, usei até prancha, coisa que eu odeio. O cansaço bateu antes do previsto, tive que parar. Olhei pro lado. Olha quem estava na raia oposta? A mesma estrela que tinha descido comigo do ônibus. Agora acompanhada de muita alegria, a esperança estava em seu sorriso, em sua linguinha que quase não parava dentro da boca. Seu olho brilhava, arranjou logo uma amiguinha, com as mesmas peculiaridades. A piscina parou como nunca tinha visto, todos olhavam e minha inerente sensibilidade, que há muitos meses estava desaparecida, voltou. Parei de repetir os movimentos, parei de viver por esse instante, ou vivi tão intensamente que não percebi. As duas brincavam, batiam pernas e mais pernas. Na borda da piscina se encontravam 2 fãs seus, gritavam, riam, torciam por cada mergulho forçado pela instrutora. Eram seus avôs, coincidentemente ou não, as menininhas sofriam do mesmo problema, dividiam a mesma emoção, compartilhavam o mesmo momento, transbordavam semelhante alegria. Parei pra pensar...pensei...pensei... Como eu queria ser uma daquelas crianças, como eu queria ter transbordado de tanta energia, como eu queria pessoas torcendo, como eu queria ter nadado. Senti falta de meus avós, senti falta do símbolo que a gente é obrigado a carregar como topo. De repente tive que personificar minha família na borda da piscina. E analisei profundamente o momento, me senti meio idiota, mas analisei. Ri só, embaixo da água pra que ninguém me notasse. E percebi que tanto eles como elas estavam vivendo o momento, não tinha como adiar o inadiável, não tinham como esperar pelo quatro de novembro. Sim, no mesmo 3 de novembro tão ardido, eles estavam vivendo. E eu sai da piscina, mandei até beijo para as estrelas e elogiei-as para seus fãs. Faculdade, problemas e mais problemas até o dia acabar, mas findou-se, enterrado. Daqui pra frente o novembro será diferente. E sem esperar, agindo.

sábado, 12 de setembro de 2009

E como se fosse tão engraçado...

É tão engraçado como surgem rapidamente novos rumos, novas vontades, e sempre vontades, aliadas ao desejo intrínseco de mudança. E mais engraçado ainda é que tuas válvulas de escapes sempre foram tão podres, fúteis, incapazes de mudar a ti ou sacudir a humanidade. Tudo sempre continuará como sempre foi, não adianta, a lágrima jorrará no lugar do leite e o samba nunca conseguirá "sambar". Risos fáceis, palavras soltas, tudo muito dissimulado, escrever será mero hobby de covardes. É o jogo meu caro, engraçadíssimo. A função deixará de funcionar e será apenas acessório, e o acessório? Ah, esse reinará... Como aquelas altas gargalhadas que você precisa tanto ouvir pra que não escute a confusão. E nada mais será falso, será sempre verdadeiro, semelhante ao seu último abraço. Lembra? Ria dele vá... O universo te avisou, acolha esses conselhos chulos, e se nada der certo: HIPOTENUSE-SE.